Por Anny Freire
Neste 28 de maio, Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, a Emescam mostra a importância de uma assistência integral, qualificada e contínua à saúde feminina. A data, além de simbólica, convida à reflexão sobre os avanços, os desafios e, sobretudo, sobre os cuidados que ainda precisam ser ampliados para garantir dignidade, bem-estar e vida às mulheres em todas as fases da vida.
Um dos pontos centrais nesse cuidado é a atenção à saúde pélvica. Segundo a fisioterapeuta pélvica e professora da Emescam, Raquel Pompermayer, a fisioterapia pélvica é essencial não apenas em momentos pontuais como gestação e pós-parto, mas ao longo de toda a vida da mulher.
“A fisioterapia pélvica é a especialidade que trata disfunções do assoalho pélvico e busca devolver a funcionalidade dessa musculatura, ligamentos, fáscias e órgãos sustentados por ela, promovendo qualidade de vida e saúde pélvica. Ouso dizer que toda mulher deveria passar por uma avaliação pélvica para obter consciência da existência desta musculatura e dos benefícios do cuidado preventivo”, afirma.
Durante a gestação, por exemplo, esse tipo de acompanhamento pode evitar disfunções como incontinência urinária e dor pélvica, além de preparar o corpo para o parto. Já no pós-parto, a fisioterapia contribui significativamente para a recuperação da musculatura, prevenindo disfunções miccionais, sexuais e promovendo a cicatrização. “É um cuidado imprescindível”, reforça Raquel.
A professora destaca ainda que, mesmo com os avanços na área, os tabus sobre o tema ainda são barreiras. “Os tabus estão relacionados à falta de informação e cultura social. Já avançamos muito, mas ainda podemos elucidar mais a nossa atuação e beneficiar ainda mais a saúde feminina e também a masculina.”
Na Clínica Escola de Fisioterapia da Emescam, o serviço de disfunções do assoalho pélvico funciona duas vezes por semana e atende mulheres, homens e crianças. São cerca de 40 atendimentos por dia, com encaminhamentos vindos dos ambulatórios de Uroginecologia, Urologia e Oncologia da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, além de pacientes da Grande Vitória.
“Os alunos aprendem com a prática baseada em evidência científica, observando os resultados dos tratamentos e participando de discussões de casos clínicos, o que enriquece a formação profissional e contribui para a transformação da vida de muitos pacientes”, completa.
Se, por um lado, a atenção especializada à saúde pélvica precisa ser valorizada, por outro, o cenário da saúde obstétrica brasileira ainda exige urgência na qualificação do cuidado, especialmente no pré-natal. Para o professor José Lucas Ramos, coordenador do curso de pós-graduação em Enfermagem Obstétrica da Emescam, o grande problema hoje está na desassistência.
“O atendimento de pré-natal está cada vez pior, seja no SUS ou na rede privada. Não há uma aproximação com as evidências científicas, nem rastreio efetivo. Muitas vezes, essas mulheres, especialmente as que vivem em áreas de vulnerabilidade, não são sequer acompanhadas”, denuncia.
Segundo o professor, essa falha grave no atendimento primário impacta diretamente no aumento da mortalidade materna e neonatal. “Elas contraem infecções sexualmente transmissíveis, desenvolvem complicações como diabetes gestacional ou pré-eclâmpsia sem serem diagnosticadas, e não recebem orientações corretas. Muitas não conhecem seus direitos e sequer conseguem fazer escolhas informadas sobre o próprio corpo”, explica.
Ainda que as maternidades estejam dando conta da assistência básica, José Lucas reforça que é no pré-natal que se deve investir com mais urgência.
“A maternidade precisa melhorar na humanização e no respeito à autonomia da mulher, mas é no pré-natal que tudo começa. Se ele não for bem feito, não há como identificar os riscos nem prevenir mortes evitáveis.”
Nesse cenário, a enfermagem obstétrica tem um papel fundamental. Para ele, os profissionais dessa área podem transformar essa realidade a partir de um olhar mais humano, técnico e acolhedor. “A pós-graduação na Emescam prepara os profissionais para atuarem com segurança, evidência científica e empatia, tornando-os protagonistas na promoção de uma saúde obstétrica mais justa e eficiente”, destaca.
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