Inteligência Artificial na Educação Médica: o que tem mudado com o CHATGPT

publicado em 22/07/2025

Por Anny Freire

Ferramenta não substitui o professor, mas pode ser um importante aliado na formação de futuros médicos

O uso da inteligência artificial (IA) na educação médica tem avançado rapidamente e, entre os recursos mais populares, o ChatGPT se destaca. Essa ferramenta de linguagem, baseada em IA, tem se mostrado útil no processo de aprendizagem, estimulando a autonomia dos estudantes e apoiando o raciocínio clínico. No entanto, seu uso deve ser criterioso e orientado, como destaca o professor Afrânio Côgo Destefani, da Emescam.

“Vejo essas ferramentas como um divisor de águas. O ChatGPT pode ser uma grande aliada — desde que a gente saiba usá-lo com sabedoria. Não substitui o professor, nem o paciente real, mas pode ser um apoio poderoso na jornada do estudante”, pontua o professor. Para ele, a IA é como um bisturi: “nas mãos certas, salva. Mal utilizado, pode ferir”.

Entre os usos mais comuns da ferramenta, Afrânio cita o resumo de artigos científicos, criação de mapas mentais, simulação de diagnósticos e elaboração de casos clínicos interativos. Essas estratégias ajudam os alunos a organizar melhor o pensamento e testar hipóteses em tempo real. “Quando usada com propósito, ela vira um companheiro de estudos — e não uma muleta”, diz.

O docente relata, ainda, que tem acompanhado experiências positivas tanto por parte dos alunos quanto dos professores. “Já vi atividades onde os próprios estudantes criam prompts clínicos, refinam perguntas e simulam atendimentos. Também vi docentes utilizando a IA para gerar questões, revisar currículos e agilizar o feedback. Estamos aprendendo a dançar com essa tecnologia”, explica.

Apesar dos benefícios, o professor destaca riscos importantes, principalmente quando a ferramenta é utilizada de maneira automática e acrítica: “O maior perigo é confiar cegamente nas respostas. Isso pode reduzir o hábito de investigar, além de provocar uma falsa sensação de compreensão. O risco não é a IA em si, mas o jeito como a gente se relaciona com ela.”

Para Afrânio, é preciso ensinar os alunos a usar a inteligência artificial com responsabilidade, promovendo a reflexão e a comparação crítica. “A IA pode ser uma provocadora de perguntas, mas nunca uma substituta do julgamento clínico. É nesse ponto que o professor se torna ainda mais essencial”, destaca.

O papel do professor continua insubstituível

Mesmo com os avanços tecnológicos, o professor reforça que o papel do educador é mais necessário do que nunca.

“Somos curadores de sentido num mundo cheio de informação. A IA pode ajudar, mas não substitui o olhar atento, a escuta compassiva e o desafio amoroso que só um professor pode oferecer”, afirma.

Ele mesmo usa a IA em sua rotina: para montar roteiros, revisar conteúdos e criar materiais visuais. Mas sempre com revisão humana. “Ela me apoia — mas quem ensina sou eu.”

Afrânio acredita que a formação médica deve, sim, incluir debates sobre o uso da IA: “Estamos formando médicos para um mundo digital — e isso exige consciência. Precisamos falar sobre limites, ética, viés algorítmico e dependência tecnológica. Não se trata de ensinar software, mas de formar um profissional capaz de discernir o que deve delegar à máquina e o que é intransferivelmente humano.”

Um futuro híbrido e profundamente humano

Para o professor, o futuro da educação médica será híbrido: tecnológico na forma e humano no conteúdo. “Veremos currículos mais flexíveis, inteligência artificial apoiando o ensino, aprendizagem ao longo da vida e, talvez, um retorno ao que nunca deveria ter sido perdido: o encontro real entre professor e aluno”, destaca.

Mesmo diante das inovações, o que formará bons médicos continua o mesmo. “Ética, compaixão, pensamento crítico e presença. A IA veio para ficar — mas esses valores continuam sendo a base da boa medicina.”

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